Chapada da Diamantina, maio de 2021

07/06/2021 23:01

Já conhecia a Chapada desde 2002, desde então retorno de tempos em tempos. Dessa vez foi um pacote completo de bike que agendamos há um ano e por conta da pandemia, aconteceu só agora.

Só tenho a agradecer por tudo que vivenciamos lá. Confesso que tinha as minhas questões básicas. Faço meus treinos apenas duas vezes por semana, sou lenta e minha parte técnica deixa a desejar.  Mas não resisti ao convite do Marcus de voltar à Chapada, dessa vez, para pedalar com a Logística Aventura, que já conhecíamos de outros passeios e sabia que o negócio era sério!

Passamos por várias localidades que já conhecíamos: Lençóis, Mucugê, Igatu, Andaraí, Roncador e lugares novos, Ibicoara e Capão.

Nossa primeira noite foi em Mucugê. Ficamos na Pousada Monte Azul. O grupo se reuniu pela primeira vez num restaurante bem animado, o Beco da Bateia, para o jantar. Já deu para perceber que ia rolar uma química entre os participantes e a equipe da Logística e olha que nem tínhamos pedalado ainda.

Os nossos cafés-da-manhã sempre foram muito fartos e gostosos, dava para encarar o pedal numa boa depois, nem dava tempo da fome apertar, na hora do almoço um  piquenique montado com todo esmero, reunia a galera numa confraternização prazerosa para o gás do segundo tempo..

A ida à Cachoeira do Buracão, pedalando a partir de Ibicoara, foi bem tranquilo, apesar da poeira que comemos um pouco. Numa das subidas, encontramos um pomar e as árvores estavam carregadas. Nos deliciamos ali mesmo e ainda levamos carambolas e tangerinas para o lanche.

Esse dia entrei na van e fui direto ao nosso “acampamento” e o pessoal continuou subindo com garra. Depois do piquenique pegamos a trilha a pé com dois guias locais o André e o Elder. Como também não ando depressa, o Elder ficou na minha cola, ele fechava o grupo. Foi interessante conversar com um nativo e saber da vida local.

Realmente, a Cachoeira do Buracão é lindíssima, uma experiência imperdível, valeu cada esforço para chegar lá! Era o sonho do Marcus conhecê-la, eu nem imaginava como seria, nem estava apostando todas as minhas fichas nela, sabia que tinha um canyon e tal, mas chegando lá, me rendi!

Voltamos de lá no lusco-fusco e fomos jantar uma comida chapadeira no restaurante “Portal das Cachoeiras”, estava bem gostoso, pena que o Popó (nosso motorista) e o Nilo (chefão) tiveram um contratempo e mal puderam comer.

A viagem de volta até Andaraí foi difícil e demorada, a van carregada  e na estrada de terra não conseguiu subir uma ladeira. Tivemos que saltar e empurrá-la ; ao final a van subiu,  mas o pneu da frente teve que ser trocado quando passamos por Ibicoara.

Essa noite dormimos na Pousada Paraguassu, em Andaraí. Pela manhã,  já saímos pedalando da pousada. Foi gostoso pedalar por Andaraí e recordar a nossa chegada ali quando fizemos o Vale do Pati em 2015.

A estrada que pegamos era bem arborizada e à medida que adentrávamos na mata, as condições do caminho pioravam. Tive que saltar e empurrar em alguns trechos a minha magrela, que fazia parte do meu pacote e gostei muito. Quando chegamos ao Roncador para a dobradinha banho e almoço, a surpresa foi enorme. O Roncador forma umas piscinas de borda infinita, tem várias quedas e a pedra é lisinha, boa para lagartear. Amei esse lugar! Que banho gostoso. E depois nos servimos no fogão à lenha, um almoço chapadeiro. O pedal continuou e o caminho só piorava. Manu sempre registrando tudo, ia lá trás mas, de vez em quando, acelerava para filmar o grupo da frente.

Sofri, mas eis que depois de um tempo , chegamos ao Rio Capivara e o piquenique estava montado; Diego todo sorridente, como sempre,  dessa vez ao invés da van tinha a caminhonete do barbudão Carlos,  que foi a minha salvação. O grupo era muito fera, só eu voltei de carro, eles chegaram em Lençóis pedalando,  já no escuro. Mérito deles, pedalei o que consegui, fiquei feliz!

Nosso hotel em Lençóis era bem luxuoso, Terra dos Diamantes, ainda vou voltar lá com meus netos para explorarmos o jardim e a casa do Tarzan. Nessa  noite  fizemos uma algazarra musical no coreto da cidade e depois de nos divertirmos bastante, o Sr. Policial foi lá acabar com a nossa festa. Mas a Claudia nos salvou, encontrou a casa da árvore, onde continuamos a nossa farra.

O ponto culminante do pedal estava por vir. Dormimos em Capão, que na verdade se chama Caeté Açu. Jantamos num restaurante vegano, Clube das Artes,  de uma argentina radicada na Bahia. Foi a salvação da lavoura ela receber nosso grupo de 13 pessoas, pois havia restrição de horário de funcionamento dos estabelecimentos  que tinham que fechar às 20h. Nossa pousada, Vie Capão,  era debruçada no vale do Capão, cercada pelas formações rochosas tipo chapada e recheada de mata verde. O quarto, além de amplo, era todo envidraçado. Fomos dormir com a lua se pondo no horizonte!

Pedalar na trilhas das Águas Claras, contornando o Morrão (Monte Tabor), e continuando até a BR 242, foi extasiante! Além de tomarmos um banho nas águas cristalinas do poço, fomos pedalando num terreno muito arenoso, sob um sol de outono e um céu baiano legítimo. Foi um momento de glória e culminou com o quase pôr do sol no Pai Inácio!

Retornamos para o nosso hotel em Lençóis. Nossa última noite juntos;  fazer mala, dizer até breve ao grupo primoroso que formamos . Parabéns  à  Logística Aventura por nos proporcionar esses momentos incríveis em  comunhão com a natureza exuberante da Chapada Diamantina.

Por Dorothea Souza

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